Os Hospitais-Albergaria de Rocamador e de D. Lopo
A cidade conheceu, ao longo dos tempos, inúmeras instituições que se dedicavam a visitar e curar enfermos, dar pousada a peregrinos, proporcionar alimento a pobres e famintos …
Na história da assistência na cidade do Porto, duas instituições se destacam: O Hospital-Albergaria de Rocamador e o Hospital-Albergaria de D. Lopo.
Corria o ano de 1499 (14 de Março) quando, D. Manuel I, institui, por Carta Régia, a Irmandade da Misericórdia do Porto. Em 1521, D. Manuel I, atribuiu a esta instituição o Hospital-Albergaria de Rocamador, cuja origem parece remontar a D. Sancho I. Era, na época, a maior instituição com este tipo de missão. Localizava-se na Rua do Souto (mais tarde Rua da Ferraria de Cima, actual Rua dos Caldeireiros) e ia da Rua de Santa Catarina das Flores à Porta do Olival. A entrada fazia-se em frente ao Padrão de Santo Elói (actual Largo dos Lóios).
À sua morte em 29 de Janeiro de 1584, D. Lopo de Almeida (1524-1584), clérigo abastado, deixou à Misericórdia do Porto uma fortuna considerável em testamento e obrigações que esta irá procurar dar cumprimento, no que diz respeito "às obras pias instituídas por D. Lopo em seu testamento". A solução encontrada, acabaria por recair no Hospital-Albergaria de Rocamador, até então o maior da cidade, mas insuficiente para garantir antigas e novas funções que o testamento de D. Lopo de Almeida impunha. Em 14 de Março de 1605 é lançada a primeira pedra do que viria a ser o Hospital de D. Lopo e cuja entrada se fazia pelas Rua das Flores. Alguns vestígios deste hospital chegaram até aos nossos dias: restos do antigo claustro, algumas celas …
O Hospital de D. Lopo serviria a cidade até à construção, também pela Misericórdia do Porto, do Hospital Geral de Santo António, cuja primeira pedra foi lançada em 1770.