JORGE, Vítor Oliveira, A Irrequietude das Pedras, Reflexões e Experiências de um Arqueólogo, 2003, pag.56.
O voltar a este tema deve-se ao facto de ter percorrido alguns dos trabalhos arqueológicos que estão a ser realizados no Eixo Mouzinho/Flores. Na breve conversa que mantive com um dos técnicos no terreno sobre o trabalho que estavam a realizar e sobre as estruturas sobre as quais estavam a trabalhar, demo-nos conta de um denominador comum: o professor Doutor Vitor Oliveira Jorge.
Foi professor de ambos na Faculdade de Letras da UP embora em momentos bem distantes no tempo. No caso dele na área da sua especialidade, a Arqueologia, no meu caso, ainda não havia a formação específica neste domínio, foi o docente de Pré-História Geral I assim como tive a oportunidade de participar numa campanha de escavações na Serra da Aboboreira (Baião) quando ele tinha como objecto de estudo o Megalitismo. Mas a conversa não se ficou por aqui, falou-se da sua jubilação, da sua poesia, das suas novas áreas de interesse e de reflexão. Fiquei sem saber o nome desse jovem arqueólogo que de prancha de desenho na mão, ia passando a papel milimétrico, a estrutura que tinha pela frente. Da breve conversa que mantivemos falou do que poderia ser aquela estrutura, a soleira de porta de uma habitação da época moderna em que eram visíveis os pisos exterior e interior da mesma, do material que foi encontrado, do que é ter de trabalhar sobre a pressão de uma obra com prazos para cumprir, da certeza de, mesmo nessas circunstâncias, a qualidade do trabalho a realizar não poder ser posta em causa.
Lá voltarei para continuar a conversa e registar em fotografia os trabalhos entretanto realizados. Da próxima vez não me vou esquecer de perguntar o seu nome.