PORTOVIVO, SRU - UNIDADE DE INTERVENÇÃO – QUARTEIRÃO 14048 - D. HUGO (2008)
PARCELA TREZE - Prédio urbano composto por casa dois pavimentos e logradouro, sito na Rua D. Hugo, nº 19, freguesia da Sé, concelho do Porto, descrito na Conservatória do Registo Predial sob o número nº 152 e inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo 1336.
http://www.portovivosru.pt/pdfs/de_d_hugo.pdf
Rua de D. Hugo, nº 19
Intervenção arqueológica 2009 Para terem uma noção do trabalho arqueológico que foi executado na Rua de D. Hugo vamos descrever os passos de uma intervenção que um edifício sito numa das ruas mais antigas do Porto sofreu. Dada a localização do edifício e o tipo de intervenção a que este ia ser sujeito, nós, equipa de arquitectura, já estávamos a espera que as sondagens arqueológicas fossem um dos requisitos pedido pelas entidades licenciadoras. Quando assim é, contactamos o gabinete de arqueologia da Câmara Municipal do Porto com o intuito de solicitar a elaboração de um caderno de encargos, normalmente elaborado por eles próprios, para junto das empresas de arqueologia obtermos os orçamentos. Como os trabalhos de arqueologia são pagos pelos proprietários dos prédios, é sempre um factor importante neste tipo de obras. O caderno de encargos elaborado pela Câmara Municipal definia como necessário uma sondagem arqueológica de 8m2 no mínimo. A equipa de arqueologia escolhida para elaborar o trabalho foi a Mola Olivarum e a direcção científica foi assumida pelo Dr. Carlos Alberto Brochado de Almeida, pela Drª Sofia Rodrigues da Cruz Pinho Soares e pela Drª Marta Miranda Guedes. Os trabalhos tiveram duas fases, onde na 1ª fase foram escavados dois quadrados de 2x2m distribuídos pelo espaço da cave. A 2ª fase foi efectuada para aumentar o quadrado onde foi encontrado um lajeado, com o intuito de perceber melhor a sua distribuição. |
A muralha encontrada num dos quadrados da sondagem, conforme relatório sondagens “Tipologicamente, poderá ser um muro defensivo idêntico aos que se encontram nos castros. Contudo os estratos arqueológicos escavados, com os quais tem uma relação estratigráfica, só possuem materiais enquadráveis no Mundo Romano. Este dado pode ser indiciar que esta estrutura, embora mais antiga, foi sendo aproveitada e reformulada durante o Mundo Romano. Todavia, as intervenções arqueológicas realizadas nas imediações desta habitação, nomeadamente no Antigo Aljube Eclesiástico, detectaram uma estrutura com características semelhantes. Aí e o que parece, foi possível conotá-la com níveis arqueológicos da Idade do Ferro. “
Relativamente ao lajeado o relatório das sondagens refere o seguinte: “Durante a Romanização, provavelmente já na sua fase final, construiu-se um lajeado, que foi assente sobre uma camada de preparação. Para além das pedras graníticas de diversos tamanhos e formas, possui uma característica curiosa. No espaço entre duas ou mais pedras encontraram-se diversos fragmentos de tégula. Esta característica remete a sua cronologia para um momento situado entre o final do Mundo Romano e a Alta Idade Média. Portanto, a sua construção é bastante posterior à Muralha.” Relatório das Sondagens http://afloret4.files.wordpress.com/2010/03/relatc3b3rio-das-sondagens.pdf |